Páginas

Translate

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Os 5 Movimentos

Juntamente com a teoria do Yin e Yang, a teoria dos 5 elementos (movimentos) é um dos dois pilares da Medicina Chinesa.  A teoria dos 5 elementos é um sistema filosófico não só aplicado à medicina mas a todas as outras coisas. 
Na visão chinesa são entendidos como fases ou movimentos de energia Yin e Yang. As características dos fenómenos naturais podem ser agrupadas em  5 categorias diferentes, denominadas pelos chineses de Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal. Representam as forças naturais que juntas formam um ciclo dinâmico
Definem os vários estágios de transformação que acontecem nas mudanças de estações: crescimento e declínio, mudanças de clima, sons e sabores, emoções na psicologia humana.
Cada energia está associada a um elemento cuja função parece-se com a função destas energias, daí terem o seu nome. As 5 fases de energia representam vários estágios de vazio e cheio pelo quais essas energias passam ao equilibrar um determinado sistema energético.

" As cinco fases da energia ou os Elementos Madeira, Metal Água, Terra e Fogo aparecem na sua natureza específica, durante as transformações da força Yang e da sua união com a força Yin. Estas fases de energia estão em constante mudança de actividade, nutrindo e controlando uma à outra para que haja uma constante nos movimentos de transformação do vazio para o cheio e do cheio para o vazio."



MOVIMENTO FOGO
O movimento fogo é denominado pelo Yang. É o Yang em toda a sua plenitude, quando o seu excesso vai determinar o seu enfraquecimento. Isto é simbolizado pela sua expansão. 

MOVIMENTO TERRA
O movimento terra simboliza a transformação. Manifesta-se pela omnipresença, pois está em todos os movimentos. O movimento Terra tonifica, porque a transformação renova e a renovação reforça, e fixa porque é a base material para que as transformações ocorram a cada movimento. 

MOVIMENTO METAL
O Metal, em geral, é frio, pois perde calor com facilidade. Simboliza a dminiuição do Yang com crescimento do Yin. Associados a isso temos as ideias de resfriamento, encolhimento, movimento para baixo e tomada de forma. 

MOVIMENTO ÁGUA
A Água desce até encontrar o local mais baixo, quando fica estática. É dominado pelo extremo Yin, que leva a imobilidade. Portanto, suas qualidades são movimento para baixo e inércia.

MOVIMENTO MADEIRA
A Madeira é o ressurgimento do Yang, e o aparecimento da vida na terra. Simboliza o movimento, a entrada em movimento, e o movimento para cima.




A PERSONALIDADE DOS 5 MOVIMENTOS
Cada movimento está relacionado com um aspecto ou órgão do ser humano, assim como tudo aquilo que entra em contacto com ele. Algumas dessas relações são importantes do ponto de vista da Medicina Chinesa. Porque todas essas relações têm uma lógica que pode ser entendida e compreendida pelas qualidades e peculiaridades de cada movimento.



FOGO
Representa como vimos o auge do Yang no ciclo dos movimentos. A sua característica básica é a expansão. Os tecidos que são influenciados pelo Fogo são os vasos, que permitem a expansão do sangue e calor pelo corpo impulsionados pelo órgão Fogo - o CORAÇÃO. A emoção que leva ao carácter expansivo é a alegria.
Com o calor, força da natureza que representa o fogo, é representado nos ciclos naturais pelo Meio-dia e Verão. Dos órgãos sentidos é representado pela língua, pois essa articula as palavras que representam o movimento de expansão do ser humano, na visão oriental a fala é um sentido.

TERRA
A Terra evoca uma noção de transformação, omnipresença e fixação. A energia Yang do cosmos e do sol, ao chegar à terra encontra um anteparo que fica. Durante as precipitações de chuva a água é retida pelo solo e as sementes crescem. Como movimento Terra encontra-se no centro, e influencia de certa forma, todos os movimentos, que representam bem esta influência. 
O movimento Terra relaciona-se com a digestão porque este é o processo que transforma os alimentos em moléculas básicas, e os órgãos responsáveis são o estômago e o baço-pâncreas. A emoção que caracteriza a Terra é a meditação, que pode transformar as ideias. A humidade é a força da natureza relacionada com a Terra, pois só a terra é húmida e fértil. O órgão dos sentidos, a boca, que desestrutura os alimentos, o sentido, o paladar, relacionado com a alimentação.

METAL
Caracteriza-se pela sensação de tomada de forma, movimento de contracção para o centro. O pulmão gasta energia para se expandir, mas se contrai passivamente seguindo a sua tendência natural. A emoção relacionada é a tristeza, que causa uma tendência psíquica introspectiva. 
Olfacto, sentido exercido somente quando o ar está em movimento para o centro (para dentro). A força da natureza que se identifica com o metal é a secura. Como o intestino grosso é que reduz o tamanho das fezes secando-as e moldando-as, relaciona-se com este movimento. No Outono a estação do ano que representa o Metal. O inicio do frio faz com que as famílias voltem a ficar dentro de casa, caracterizando o movimento para dentro. A pele que dá forma ao corpo é o tecido relacionado. 

ÁGUA
Movimento no qual predomina o movimento para baixo, inércia e a perda de forma. O rim produz liquido ininterruptamente e o descende até ser armazenado na bexiga, corresponde ao movimento da Água. A ideia de inércia relaciona-se com o medo, emoção que leva à paralisação; e ao frio que diminui o movimento da natureza (o que ocorre no Inverno). O ouvido é o órgão dos sentidos que tem água no seu interior e audição é o sentido mais passivo. Os ossos, por serem completamente inertes, são relacionados com esse movimento. Uma das características do Yin é moldar-se e ser maleável. A Água é o extremo do Yin e relaciona-se com tecidos muito delicados como a medula óssea, cérebro e a medula espinal.

MADEIRA
É o ponto de início da vida, onde o ciclo de geração dos movimentos começa a rodar. Portanto, a sua característica é iniciar a acção, dar vida e movimento às coisas, influenciada pelo Yang que cresce no seu interior. Assim, relaciona-se, por exemplo, com as partes do corpo que tem mobilidade própria. Em termos de tecidos, a Madeira rege os músculos e tendões, em termos de órgão relaciona-se com o fígado, que na Medicina Chinesa dá o movimento ao Qi, a energia que flui no corpo.
Além disso, todas as substâncias absorvidas são conduzidas ao fígado, onde são metabolizadas. Das emoções, a raiva é a que causa agitação psicomotora e a que melhor se identifica com a Madeira. Sendo o vento a força da natureza que dá movimento às coisas, também representa a Madeira (na China a Primavera é muito ventosa).










quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O Outono na Medicina Chinesa

O Outono é a estação de transição entre o calor do Verão e o frio do Inverno. As folhas caem, o tempo esfria e a chuva volta. As plantas preparam-se para a recolhimento no Inverno, tornam-se inactivas e a produção agrícola diminui. Alguns animais armazenam alimentos e outros se preparam para hibernar.
Nesta época, nós também sentimos vontade de nos recolhermos, mas também necessidade de nos movermos e um pouco mais, não é momento de parar pois temos de cuidar do armazenamento para o inverno.
O Outono energeticamente é a estação do Elemento Metal e os seus orgãos correspondentes são o Pulmão e o Intestino Grosso.  Com a mudança da estação a energia começa a contrair-se voltando para dentro para se acumular e armazenar. É o momento de nos libertarmos de tudo o que está gasto, como as folhas das árvores, que caem para poupar a essência. Libertarmos-nos do que está a mais a fim de poupar energia, tanto a nível físico como emocional. Desta forma, o Outono é a estação da introspecção e da meditação, de reciclar sentimentos e pensamentos antigos, apegos (relacionados com o intestino preso) e o excesso de emoções adquiridas durante o Verão.
Se resistirmos a esta energia e ficarmos aprisionados no passado podemos criar estados de melancolia, tristeza, depressão que se manifestam com dores nas costas, dificuldades respiratórias, problemas de pele e diminuição da resistência física.

A função do Pulmão e do Intestino Grosso é assimilar o essencial e rejeitar o inútil. O Elemento Metal controla o Pulmão, que extrai a energia essencial e expele as toxinas do sangue. É o responsável pela captação da parte Yang da energia vital que chega através da respiração e para a Medicina Chinesa os distúrbios dessa função vão-se repercutir no pulmão e nos rins. Também está ligado à nossa área sensitiva, a tristeza máxima sente-se no Pulmão. Quando um a pessoa asmática entra em crise é porque tem muitos conflitos. Já o Intestino Grosso elimina a "porcaria", enquanto retém e recicla a água do organismo.

O desequilíbrio do Metal reflecte-se por perda de recursos, que no organismo humano pode ser por fezes demasiado laças, ou por retenção de excessos, obstipação ou ainda por falta de vitalidade, indisposição generalizada, problemas de garganta e do esófago, certo tipo de paralisias, doenças debilitantes, fragilidade emocional, depressão, melancolia, angústia, discurso incoerente, eczema, asma, bronquite, gripe, nariz entupido, choro frequente, membros ou costas dolorosas.

Dicas para cuidar bem do seu Pulmão durante o período de energia Elemento Metal:
Alimentação - devemos eliminar o excesso de humidade e fortalecer a nossa energia de defesa (Wei Qi), que depende da energia do pulmão mais forte. Alguns alimentos que drenam a humidade (liquídos): aboborinha, alho, alho-porro, rabanete, cebola, cevada, feijão azuki, feijão preto, frango , nabo, pimentão, etc.
Devemos consumir alimentos que aqueçam o organismo e fortaleçam a nossa resistência: alho, cebola, canela, batata, salsa, cominho, coentro, inhame, mostarda, pimentas, pimentão, rabanete, rúcula, gengibre, etc.
Ingerir bastantes líquidos mesmo na forma de chás/infusões, como o de camomila, canela, gengibre, hortelã, erva-doce, anis-estrelada.
Liberte seus sentimentos, pensamentos e emoções - faça uma auto-análise e liberte-se dos padrões emocionais que não acrescentam mais nada em sua vida e que só nos fazem sofrer. As mágoas guardadas se fazem presentes sentimos-nos mais melancólicos e tristes. Se perceber que é difícil fazê-lo sozinho procure ajuda de um profissional para algum tipo de terapia.
Actividade física - excelente para a saúde desde que praticada com regularidade

Aproveite este período para se conhecer melhor e mudar tudo o que tem que ser mudado na sua vida, rever relações, hábitos e projectos. Deixe ir, limpe seus armários e papéis deitando fora tudo o que não precisa, revendo e avaliando os seus objectos guardados. Vá devagar e no seu tempo e logo perceberá do que é realmente capaz.



sábado, 28 de setembro de 2013

Acupuntura - como é e para que serve



A acupuntura apresenta bons resultados perante diversas enfermidades. Os instrumentos utilizados são simples, económicos, seguros e sem efeitos colaterais. Consiste na penetração da pele por pequenas agulhas metálicas muito finas e sólida, manipuladas manualmente ou por meio de estímulos eléctricos em determinados pontos específicos do corpo para melhorar a saúde, diminuir a dor ou simplesmente para melhorar o bem estar do paciente. 
O diagnóstico é feito após questões sobre diferentes aspectos da vida do paciente e observação de manifestações físicas como a pulsação, respiração, cor e aspecto da pele e da língua.




Esta técnica de estimulação de determinados pontos e canais de energia do corpo, chamados na acupuntura de meridianos, de acordo como equilíbrio de Yin e Yang, podem causar reacções em outras regiões dos orgão de forma a obter resultados medicinais. Segundo a MTC, os pontos podem transmitir a função e as mudanças dos órgãos do interior do corpo para o exterior e, ao mesmo tempo, comunicar os factores exógenos até ao interior. 




A princípio os pontos não possuíam locais determinados. como desenvolvimento da própria acupuntura também a descoberta dos pontos, a sua localização e função, foram sendo definidas. Para facilitar a memorização das suas indicações, os pontos foram denominados segundo as características da região anatómica onde se encontravam e a sua função em particular. 
Com as constantes práticas clínicas, constatou-se que uma pessoa ao padecer de certa doença, pode aparecer em determinadas áreas da pele ou nalguns pontos que encontram em regiões diferentes, fenómenos anormais, tais como a dor, distensão ou calor. O que levou ao conhecimento do princípio da relação entre pontos e as doenças e chegar a um possível diagnóstico observando os pontos de acupuntura. 


Desde os anos 70, que a OMS (Organização Mundial de Saúde) reconhece a acupuntura como complemento da medicina moderna. Houve diversos estudos científicos no sentido de comprovar a sua eficácia. No documento "Acupunture: Review and analysis of report on controlled clinical trials" é exposto os resultados dessas pesquisas. 
Foi analisada a eficácia da acupuntura, assim como as técnicas de moxabustão, ventosas, sangria, eletro-acupuntura, laser-acupuntura, magneto-acupuntura, massagem shiatsu/tuina e acupressura (pressão digital nos pontos), em comparação com tratamentos convencionais para 147 doenças, sintomas e condições de saúde.
A técnica sobrevive há milénios, mostrando benefícios em indivíduos com problemas gastrointestinais, respiratórios, musculares, urológicos, endocrinológicos, psicológicos e neurológicos, ginecológicos e até mesmo dermatológicos. Também está indicada para a redução da dor em casos de fibromialgia e dores nas costas, tratamento de náuseas e vómitos em pacientes que se submetem a quimioterapias ou cirurgias e diminuição da tensão emocional. Todas estas enfermidades surgem na lista da OMS, no total são mais de 40.  






quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Acupuntura - Um pouco da História

A Acupuntura é um o ramo mais conhecido no Ocidente que faz parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Criada há mais de dois mil anos é um dos tratamentos médicos mais antigos do mundo. Inspira-se num conjunto de práticas terapêuticas das tradições médicas orientais, consiste na estimulação de locais anatómicos sobre ou na pele - os chamados pontos de acupuntura.
A história da acupuntura é indissociável da história da Medicina na China. Temos que recordar que a cultura chinesa tem a mais antiga tradição de linguagem escrita (desde 3100 a. C.), permitindo a transmissão de conhecimentos entre gerações sem a deturpação típica da tradição oral. Na China, a história, período após o surgimento da escrita, é anterior à Idade dos Metais.

Ao longo das diversas dinastias chinesas, os médicos desenvolveram e aperfeiçoaram esta especialidade, que abrange várias teorias básicas, tais como o Yin e o Yang, os cinco Movimentos, os Zang-fu (órgãos e vísceras), Qi-Xue (energia e sangue), assim como vários métodos de manipulação de agulhas e experiências clínicas importantes do tratamento segundo os sintomas e sinais, fazendo com que a acupuntura seja uma terapia muito eficaz.

Nos primórdios da acupuntura, os antepassados chineses curavam as enfermidades com agulhas de pedra denominadas Bian ( entre 10000-4000 a. C.), Chan e Zhen.
Na época neolítica, além de agulhas de pedra artificialmente polidas, usavam também agulhas polidas de osso e de bambu como instrumentos para a acupuntura. Mais tarde, como desenvolvimento do cozimento de utensílios de barro, também foram utilizadas agulhas de barro, método utilizado em alguma regiões da China até à actualidade.
Com o advento da metalurgia apareceram sucessivamente, agulhas de diferentes metais, por exemplo, as agulhas de ferro, prata e de ligas metálicas, hoje em dia as agulhas são de aço inoxidável muito finas e de fácil manejo. As "nove agulhas" da antiguidade eram fabricadas em nove formas distintas, segundo os diferentes usos, constituindo um símbolo do desenvolvimento das técnicas e teoria da acupuntura. Em 1968, encontraram na tumba familiar de Liu Sheng e Jing de Zhongshan, da dinastia Han do Oeste (século II a. C.), nove agulhas para acupuntura, quatro em ouro e cinco em prata, foi a primeira vez que se descobriu agulhas de metal usadas nos tempos antigos.
Data da época da dinastia Qin (221-206 a. C.), três livros importantes sobre a Medicina Chinesa. Um destes livros, escrito como se fosse pelo mítico "Imperador Amarelo", que teria vivido entre 2698-2598 a. C., foi dividido em dois livros. O segundo livro, Ling Shu, ou eixo espiritual, é um manual de acupuntura. Os livros tratam da aplicação dos conceitos de Yin e Yang na medicina, da teoria dos cinco elementos (ou cinco movimentos), descrevem a teoria dos meridianos, tratam do conceito do Qi, e atribuem definitivamente aos sintomas causas orgânicas ao invés de causas sobrenaturais.

Na Idade Média, dá-se a expansão da acupuntura para outros países da Ásia, como o Japão, Coreia e Vietnam. Em 702, é fundada a primeira escola médica oriental, em Nara, Japão, onde se ensinou acupuntura. Todavia, na China o seu desenvolvimento foi modesto, principalmente, na dinastia Tang (618-906).
Em 1341, durante a dinastia Yuan (1264-1368), o médico Hua Shuou publicou Shi Si Jing Fa Hui, neste texto ele descreve 303 pontos dos chamados 12 meridianos regulares e 51 pontos em 2 meridianos extraordinários, totalizando 657 dos 670 pontos clássicos de acupuntura.


Do estabelecimento da dinastia Qing até à Guerra do Ópio (1644-1840) os doutores de medicina consideram a medicina herbária (fitoterapia) como sendo superior à acupuntura, sendo esta durante muitas décadas negligenciada. No século XVIII, Wu Qian e os seus colaboradores por ordem imperial compilaram um livro exaustivo sobre Medicina Chinesa, contendo um capitulo de acupuntura com ilustrações, sendo imediatamente seguido de outro médico Li Xuechuán que enfatiza no seu livro a selecção de pontos de acupuntura de acordo com a diferenciação de síndromes, sendo listados sistematicamente 361 pontos nos 14 canais de energia.
Em 1822, as autoridades da Dinastia Qing declararam uma ordem para abolir permanentemente a acupuntura do departamento da faculdade de medicina imperial porque "a acupuntura e a moxabustão não são satisfatórias para serem aplicadas ao Imperador".
Após a Guerra do Ópio, em 1840, a China entrou num sociedade semi-feudal e semi-colonial. Com a revolução chinesa de 1911 e o fim da Dinastia Qing o governo instituído então, depreciou completamente a MTC, proibindo e tomando uma séria de medidas para restringir o seu desenvolvimento incluindo a acupuntura.
Devido à grande necessidade de cuidados médicos do povo chinês, a acupuntura disseminou-se entre as pessoas do povo. Muitos acupuntores fizeram esforços inflexíveis para proteger e desenvolver este grande legado médico, fundando associações de acupuntura, editando livros e promovendo cursos.
A acupuntura só ganhou nova vida, assim como a MTC, quando, em 1949, o presidente Mao Tsé-Tung assumiu o poder. Nesta época a China passou por um renascimento cultural e cientifico e a pesquisa e ensino da acupuntura foram permitidos e até incentivados. Nos anos 50 do século XX, a China ajudou a União Soviética e outros países da Europa oriental a formar acupuntores.
Presidente Richard Nixon com Mao Tsé-Tung, 1972

Foi a partir de 1971, com o relato do efeito da acupuntura no tratamento das dores pós-operatórias do jornalista James Reston, que foi submetido a uma apendicectomia enquanto estava na China, e após 1972, com a visita do presidente norte-americano, Richard Nixon àquele país, que a acupuntura passou a ser melhor estudada pelo método cientifico, no Ocidente, graças ao reatamento de relações internacionais entre os dois países que permitiu a melhor troca de informações entre cientistas. Foi em 1979, que se realizou em Pequim o primeiro Seminário Internacional sobre a Acupuntura, Moxabustão e Anestesia para a 
Acupuntura, organizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).  Foi elaborada uma lista com 40 doenças reconhecidas como tratáveis com acupuntura. A pedido da OMS foram criados cursos de formação de acupuntura internacional em Beijing, Shangai, Nanjing para formar acupuntores para outros países. Actualmente, o intercâmbio de organizações académicas ocidentais com a associação médica chinesa é vasta e alargada a muitos países.




segunda-feira, 16 de setembro de 2013

The Vajra Guru Mantra



Tenham um tempo para vós e esvaziem a cabeça de tudo...Bem hajam

Ventosaterapia - 2ª parte

Aplicação de ventosas

O uso das ventosas baseia-se na acção de sucção que ela provoca quando em contacto com a pele. A sucção é obtida colocando uma substância cadente na ventosa antes de coloca-la sobre a pele, aquecendo-a com água quente, ou com o bombeamento de ar para fora desta, uma vez posicionada na pele. O vácuo formado puxa a pele e músculos para dentro do copo, causando uma congestão local que estimula a circulação sanguínea na superfície do corpo.


Segundo a MTC, a ventosa tem a propriedade de limpar o sangue das toxinas acumuladas no organismo produzida pelos alimentos e outras fontes poluentes. Desta forma, melhora a qualidade do sangue bem como do próprio Qi do organismo.
Após a aplicação das ventosas, a pele do corpo - que, segundo a MTC, se relaciona directamente com o sistema imunológico - encontra-se livre de resíduos, o que aumenta sua capacidade microcirculatória periférica e a captação de oxigénio, o que ajuda o organismo a combater possíveis agentes patogénicos externos, que provocam doenças. Observa-se, normalmente, uma reacção pigmentar na pele que, para muitas pessoas, pode ser bastante assustadora e amedrontadora, apesar da dor não estar presente durante o atendimento. Manchas avermelhadas ou arroxeadas que surgem no local onde o copo foi aplicado devem-se às dilatações capilares e vasculares que ocorrem, extravasando os fluídos dos tecidos localizados mais profundamente no corpo para a sua superfície. A reacção pigmentar significa que o corpo está eliminando os resíduos metabólicos, toxinas e outras substâncias desfuncionais das profundezas do corpo em direcção à superfície.


Segundo a Ventosaterapia, estas manchas arroxeadas ou vermelhas são, inclusive, utilizadas como método de diagnóstico auxiliar acerca da condição do paciente. Se as manchas forem muito escuras, podem indicar existência de doenças crónicas no interior do organismo, o que demandará um tratamento mais longo e demorado. Se a cor dor mais avermelhada do que roxa, é indicativo de doença mais simples e aguda, indicando restabelecimento mais rápido. Já se a cor for bastante clara, revela pouca circulação periférica, o que necessitará de tratamento adequado.

A ventosaterapia pode ser realizada de várias formas e modalidades diferentes. As ventosas podem ser posicionadas directamente em pontos dolorosos do corpo, ou directamente sobre os pontos de acupuntura localizados principalmente nas costas - os chamados pontos Shu dorsais, que se relacionam directamente com os órgãos do corpo - aumentando a perfusão sanguínea nos referidos órgãos e a qualidade de funcionamento dos mesmos em geral. Podem, também, ser utilizadas como instrumento para a massagem de determinadas partes do corpo; para tal, utiliza-se cremes que lubrifiquem a zona do corpo a massajar permitindo o deslizamento dos copos, como nas costas e coxas. Mecanicamente, aumenta o fluxo da linfa, reduzindo o edema, mantém a flexibilidade dos músculos, retira as adesões e as fibroses e mobiliza o funcionamento dos órgãos, descongestiona os bloqueios de energia, activa a circulação e o funcionamento geral do corpo. Em determinados diagnósticos as ventosas também podem ser utilizadas como instrumentos para provocar a sangria de determinados pontos; nesta técnica deixa-se a ventosa agir durante alguns minutos, até provocar a vermelhidão no local, para logo depois de retiradas a zona ser estimulada com uma agulha especial (Agulha Sete Estrelas) que irá causar um pequeno sangramento que será intensificado após nova aplicação dos copos sob a área desejada. 


O tempo de permanência das ventosas sobre a superfície da pele varia de acordo com os objectivos do tratamento e também em função das características individuais. Todavia, considera-se que só devem ser deixadas no local somente até haver congestão local (de 5 a 15 minutos). Quando utilizadas como método de tratamento principal (em pessoas que, por exemplo, não toleram agulhas), as ventosas devem retiradas após um período de tempo de 20 a 25 minutos, nunca exceder os 30 minutos.

A Ventosaterapia pode ser utilizada em associação com outras terapias reforçando a efectividade desta. Por exemplo, o uso combinado da Ventosaterapia e Moxabustão facilita desintoxicação do organismo, além de produzir uma sensação agradável de calor que relaxa ainda mais a musculatura. Para tal, basta aplicar Moxabustão após o uso das ventosas nas manchas obtidas com a reacção pigmentar, o que irá optimizar o efeito terapêutico do tratamento.


Indicações e contra-indicações

A aplicação da Ventosaterapia será determinada a partir do estabelecimento de um diagnóstico específico para cada caso. Obtém resultados bastante satisfatórios em quadros como de dores musculares, lombalgias, ciatalgia, cervicalgia, artrite, hipertensão arterial e problemas circulatórios em geral, distúrbios menstruais, celulite e gordura localizada, bem como, tosse, gripe e resfriados comuns.
Encontra-se contra-indicada em casos de febres altas, convulsões, cólicas, alergias na pele ou inflamações ulceradas, áreas onde o músculo é fino ou a pele não é plana por causa dos ângulos e depressões ósseas, no abdómen ou região lombar em gestantes.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ventosaterapia

Origem da ventosaterapia

É utilizada há milhares de anos pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC), não é uma técnica exclusiva desta medicina, havendo registo de utilização das ventosas para fins terapêuticos em antigas civilizações como a Egípcia, Grega, em toda a África e nas comunidades índias americanas.

A variedade de ventosas existente hoje em dia deu-se em função dos recursos que cada uma destas civilizações possuía na sua vida diária: o mais antigo instrumento utilizado para fazer ventosas era a cabaça; os índios desenvolveram a técnica utilizando os chifres de animais, cortavam a parte superior dos chifres dos búfalos, com cerca de 10 cm de comprimento, provocando o vácuo por sucção oral na ponta do chifre, sendo de seguida tamponado; os chineses usavam os bambus e, na Europa surgiram os primeiros copos de vidro, eram utilizados para obter o efeito ventosa, ou seja para criar um vácuo e uma força de sucção localizada.


O uso de ventosas no Ocidente antigo era um elemento terapêutico de bastante uso e de grande valor panaceico. Pois por falta de outros recursos médicos, a ventosaterapia era utilizada praticamente na cura de todas as doenças. Abordada como um instrumento curativo mágico, pelo contacto intimo com o interior corpo através do sangue. Também era respeitada pela sua actuação no elemento energético gerado pela respiração. Teoria que se aproximava dos conceitos da MTC.
Na Europa, durante a Idade Média, as sangrias eram aplicadas visando obter efeitos semelhantes aos das ventosas, sendo colocadas sanguessugas nas veias para obtenção de descompressão. Na Ásia também existiam vários métodos modificados de sangria e escarificação, o método mais utilizado era o sangramento das dilatações capilares (telangiectasias) na periferia da pele junto das ventosa. Em Portugal, os "barbeiros sangradores" eram geralmente os técnicos encarregados de aplicar sanguessugas, por concessão de uma licença cedida pelo cirurgião-mor. Naquela época, em Lisboa, foram publicados vários livros sobre o assunto, e os salões de barbear eram o local de venda das sanguessugas.

No Oriente, o uso de ventosas foi desenvolvido com base na acupuntura e aplicação das ventosas foi originalmente conhecida como Método Chifre. Os chifres eram  aquecidos criando-se um vácuo quando eram colocados sobre a pele. O propósito era curar doenças e retirar o pus.
O que distingue estas habilidades primitivas dos chineses, das outras áreas do mundo, é a extensão do seu subsequente desenvolvimento, dentro da estrutura da tradicional fisiologia e patologia. O Método Chifre foi posteriormente substituído por outros métodos de sucção mais desenvolvidos, em que se obtinha o efeito de ventosa utilizando cúpulas de bambu, metal e posteriormente o vidro.
Actualmente, as ventosas mais utilizadas são feitas de plástico e são acopladas no corpo através da fixação de uma "bomba" de pressão que esvazia o ar de dentro dos copos após a sua colocação sobre a pele nos pontos desejados. Nas outras ventosas é utilizado o fogo, que cria uma pressão negativa no interior do copo que permite que ele fique preso à pele.